ERA UMA VEZ.....

Enquanto isso, numa região histórica ao sul da Polônia....

Numa mesa, ao canto da sala do distrito, um serventuário vigia o movimento do sol sobre a mesa à espera do fim do dia.
_ O dia não passa! Que tédio.
Pelos corredores que dão acesso ao distrito, um solar da passos apressados, cortam o silêncio por entre paredes grossas e seculares. Pela porta, com pé direito alto, uma senhora adentra e diz:
- Olá, estou apressada, você viu por aqui o meu comprovante de rendimentos do mês? Perguntou a senhora ao serventuário.
- Não seriam aqueles que se somam naquela gaveta da escrivaninha? Já estão lá há um bom tempo. Pensei até que seriam papeis para serem incinerados. Já ganham volume e ocupam um razoável espaço! Balbuciou o fiel e dedicado funcionário.
Sem demonstrar qualquer reação, a mulher, de pé, em pose, mirando as unhas ainda por fazer, com restícios de esmalte desde a última vez que fora a manicure, com sobrancelhas ao alto e com um tom de voz superior, disse:
- Isso não lhe é de interesse. Eles são meus! Labuto por eles e tenho a confiança do Senhor! Disse a senhora se referindo à origem do seu cargo
- Desculpe madame, apenas fiz uma colocação! Me perdoe! Somente disse isso porque há tempos não a vejo e acreditara eu que já houvesse deixado o cargo honroso que fizera jus!.
- Não seja inconveniente seu miserável invejoso! Não lhe dou liberdade para tanto! Você bem sabe que meu cargo é de extrema confiança. Somente pessoas próximas ao governante o tem! Procure se instruir para um dia tentar me alcançar ! Humilhou o servo da autarquia, a soberba e nobre servidora.
Não se agüentando de curiosidade, o já curvo funcionário ousou fazer a última pergunta:
- Me perdoe senhora, mas qual é este imponente cargo que recebeste do grande chefe que a faz tão importante!?!
Sem mirá-lo e com um olhar ao longe pela janela entreaberta por onde se vislumbrava o horizonte gélido daquele país, ela, de forma altiva respondeu:
- Gestora de um centro especializado em atividades amenas e de lazer da região deste meu grande país que tanto amo e que carrego até em meu nome!
Sem entender ao certo o que ela mencionava, o humilde servidor perguntou:
- Magnânima servidora, qual região seria a da senhora ?
Ela, com sua forma peculiar, sem pestanejar, pegou de arranque seus comprovantes, quase os deixando cair por causa da quantidade, segurou-os junto ao colo e com um olhar fixo nos olhos já amedrontados e quase lacrimejantes do funcionário, esbravejou:
- Vai estudar história, imbecil !


Esta estória tem fundo fictício e qualquer semelhança com fatos e pessoas da vida real será mera coincidência.

O autor, digo, eu.