ALATOO

Sou avesso a atrasos. Foram 15 minutos, mas me atrasei. Quase 1 hora da tarde chego, pela segunda vez, a residência de Cherem. Recebido pelo próprio, de camisa esporte, calça jeans e sorriso aberto. Na sala de estar, confortável, quatro pessoas; ele e sua esposa Juliana, J.Junior, primo e Daniela. Ao centro, uma mesa com 5 taças, uma garrafa de vinho incorpado e de safra oriunda dos montes gélidos argentinos. No som ambiente um jazz e dos bons, e de surpresa Cherem propõe um brinde, segundo ele, pelos 20 mil acessos a este blog. Foi só uma gentileza e uma brincadeira. Cherem conversou sobre, claro, política. Falou entusiasmado de seu projeto e da recepcção que vem recebendo por grupos pela cidade. Pontuou dados da campanha, positivos e negativos, e se mostrou incomodado com um atraso de material a ser entregue. Menos falante, porém não menos articulada, Juliana apontou algumas caracteristicas dos adversários e mostrou conhecer um pouco dos bastidores da política lavrense, sem contudo avançar em searas ainda por ela desconhecidos. J.Júnior, o empresário do ramo de veículos, não usou da palavra para discutir política. Daniela apenas acompanhava o desenrolar da conversa. Perguntei a Cherem se ele estaria fazendo um monitoramento da intenção de voto (pesquisa) do eleitorado. Meio surpreso, confirmou a informação. Cherem também perguntou:"Você achava que chegaria a esse número de 20 mil acessos?" Respondi: Não". Em seguida, Cherem disse que os números estaõ favoráveis principalmente na qualitativa. Na hora do almoço, mesa impecável, salada, jiló, arroz, feijão e quibe. Cherem aprecia pratos ligados à sua origem. O quibe é um dos pratos árabes que se serve a uma visita como sinal de boas vindas. Com a mão (é assim que se faz ) Cherem jogou um quibe quente no meu prato. Ainda na mesa, se servindo, mostrou-se irritado com acontecimentos políticos e de pessoas que foram próximas até bem pouco tempo atrás. João Batista chega, bem "mineirim" sorri, fala pouco e solta pérolas políticas. Também chega a mãe de Cherem e parentes de Goiás. Ao final, bala de caramelo de sobremesa, café expresso e um bocado de "conversa jogada fora". Não fui o único a receber tal agrado. Outra pessoa ligada à imprensa lavrense também fora convidada para um "encontro menos formal". O conteúdo dessa conversa, mesmo eu sabendo qual foi, não posso falar. Não estava lá e não sou "marginune". O vinho estava muito bom, o jiló delicioso, mas o melhor mesmo, foram os desabafos e meandros, desconhecidos até então, entre uma taça de vinho e outra. Só faltou o charuto de carne em folha de uva. Shokran- شكر