SIM, TEMOS VOZ !!

O que escrevo aqui, neste artigo, é tão somente uma percepção pessoal e uma analise de quem não está envolto em denuncias por improbidade ou que de alguma forma tenha recebido alguma favor de quem quer que seja. Ontem, por 3 horas a fio, assisti a sessão onde o então governador da Paraíba , Cássio Cunha Lima, via ser apreciado o seu recurso perante uma ação movida contra ele, que o acusava de ter feito doações de cheques de um projeto social em 2007. Segundo o Ministério Público, isso teria, mesmo que amparado por um projeto estadual, feriado o principio da igualdade, moralidade, impessoalidade e teria também cometido ato vedado agente público com viés em abuso de poder. Assisti a sessão da TV Justiça atento aos argumentos apresentados pela acusação e defesa e percebi, mesmo diante de um jurudiquês, que queria Deus em janeiro começarei a entender melhor, que a justiça está disposta a corrigir o processo eleitoral, baseada na ampla defesa e acima de tudo ao rodapé da constituição. A decisão de ontem, bem como as muitas que estão ocorrendo país afora é um claro sinal da justiça de que os desmandos e deslizes não serão corroborados pelos magistrados e que a moralização da política terá como parceiro aqueles que hoje sabem que devem uma satisfação à sociedade perante os escambos que estão acontecendo país a fora. Com a vontade da sociedade em estirpar da disputa eleitoral políticos com “ficha suja” , nota-se claramente que uma vontade de moralizar e limpar, nem que seja a base da força constitucional, um país cheio de belezas, potencial e políticos mal intencionados. Como sociedade temos que cobrar dos agentes da justiça o cumprimento do seu papel sem contudo deixar de observar os ritos que lei impõe. Mas uma coisa está ficando cada vez mais clara: A lei continua valendo mas, a interpretação dela e os princípios que regem a sociedade como moral, ética e impessoalidade estão ganhando corpo e se fazendo presentes em sentenças embasadas naquilo que a promotoria e o Juiz estão fazendo enxergar. Dr. Marcelo Salgado, um juiz sério e que se faz passar despercebido, sentenciou vários vereadores tendo como fundo de sua sentença a moralidade sobre a coisa pública e mesmo tendo sido questionado o seu juízo, fora endossado pelo Tribunal e acatado como sendo altamente cabível, em se tratando de coisa pública, o olhar moral que ele proferira em sua sentença. Fica, com tudo isso, uma certeza : Não basta fazer; tem que saber fazer sem burlar a dignidade de um povo que se faz ouvir cada vez mais pelas palavras e gritos de uma sociedade viva através de atos de coragem do judiciário, que está cansada de conchavos, acertos, o “tudo pode”, o poder pelo poder e o pior ao meu ver: A convicção da impunidade.

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