EXCLUSIVO: PROMOTOR ENCONTRA PROVAS E CONFIRMA MINHA DENUNCIA .

Embasado num trecho do meu artigo neste blog e na Tribuna de Lavras, com exclusividade, o promotor de Justiça, Dr Dimas Messias entrou com um pedido de inquérito policial afim de apurar a denuncia de que profissionais médicos estariam lançando em seus prontuários médicos membros da família dos pacientes atendidos nas unidades de saúde da Cidade. De acordo com Dr. Dimas, após a publicação do artigo, a promotoria começou a investigar o caso e conseguiu, através de documentos, identificar uma profissional que estaria usando indevidamente o nome de familiares de pacientes e com isso, justificando o atendimento para com isso aumentar sua cota de atendimento e com isso receber a mais.

O começo

Ainda em 2008, com uma crise instalada na Secretaria de Saúde, onde os pacientes reclamavam da qualidade do atendimento e da quantidade de profissionais médicos que estariam atendendo à população, a prefeita Jussara Menicucci apresentou a câmara um projeto de lei onde instituía em Lavras o pagamento aos médicos do município pelo sistema de “produtividade”. Jussara acreditava que com isso resolveria o problema de falta de médicos e a reclamação, por parte deles, de seus salários, que em média, sem o sistema de produtividade beira aos 10 mil reais. Com a aprovação do projeto por parte dos vereadores, o sistema de produtividade foi colocado em execução pela Secretaria de Saúde e a não fiscalização, de caso como este que acaba de ser denunciado, começou a aparecer, principalmente na periferia da cidade.

A descoberta

Durante o mês de fevereiro, após a denúncia de que pessoas estariam visitando testemunhas do caso onde a prefeita estaria respondendo na justiça por doação ilegal de lotes em período eleitoral, encontrei uma família que teria relatado que teria sido atendida e que teria fornecido o nome de toda a família, a pedido da médica, após o seu atendimento. A profissional que teria atendido a paciente disse que a relação de nomes é para simples conferência. A paciente disse que agentes teriam visto que os nomes estariam sendo lançados como atendimentos feitos e com isso seriam cobrados da prefeitura. O mesmo esquema estaria sendo feito em outros bairros da cidade e já estão sendo investigados. Uma paciente, moradora do bairro São Vicente, relatou a mesma situação no posto do bairro e que também teria fornecido os nomes de seus parentes. Até o momento o Ministério Público já teria identificado 5 famílias, em um único relatório, suspeitas de terem sido lançadas nos prontuários sem ao menos terem ido ao posto de saúde.

O inquérito

Diante do que publiquei, e com provas em mãos, Dr. Dimas enviou um pedido ao Delegado Regional para que fosse apurado o caso e que intimasse as partes envolvidas para prestarem depoimento sobre o caso. Caso o inquérito seja concluído, indiciando os culpados, alem da perda do cargo publico por parte do profissional envolvido; a Secretaria de Saúde e os coordenadores do programa Saúde da Família e inclusive a prefeita poderão ser responsabilizados por peculato e prevaricação em cargo público.

O pedido de inquérito já nas mãos do Delegado Regional, Dr. Sadi. Dr. Dimas classificou a denuncia como “extremamente grave”.