O SOLDADO HISTÓRICO

Como eu havia antecipado aqui, Dú Marani se lançou como pré candidato a prefeito em Lavras. Tendo contra si índices de pesquisas e a uma antecipação muitíssimo precipitada de seu nome como “candidatável”, Dú Marani teve que se arriscar para não tentar minimizar as chances de perder o seu principal produto, utilizado a dezenas de anos para estar sempre atrelada a vida pública, sempre como coadjuvante nos processos em que participou.  Vamos a uma pequena analogia temporal do partido e de seus lideres nas eleições recentes.

Em 2002, quando o PMDB tinha como estrela do partido a prefeita Jussara Menicucci, que poderia disputar as eleições contra Carlos Alberto, com grandes chances de ganhar eleição, preferiu prolongar para a última hora e último dia a decisão de lança-l como candidata a prefeita ou não. A decisão veio e a frustração dela também. A cúpula, formada por Maranis e seus associados, disse não para a prefeita e pactuou com CAP para que o partido assumisse, sem maiores riscos, a condição de coadjuvante do processo, aceitando ser vice da chapa de Carlos Alberto, numa negociação de bastidores controversa e cheia de acordos políticos e cargos caso CAP ganhasse. Jussara e o PMDB ficaram a ver navios e o partido perdeu a grande chance de eleger uma prefeita em Lavras.

Quando da candidatura de Jussara, após romper com Carlo Alberto, o PMDB, sem se arriscar a ter um candidato próprio e dar ao partido um nome a frente do executivo, mais uma vez resolveu negociar e se manter no poder. Aliou- se ao PSDB e conseguiu a transição sem traumas e com cargos. O PMDB seguiu a cartilha de anos e anos e mais uma vez preferiu ser o coadjuvante do que o protagonista do filme eleitoral da cidade.

Para 2012, a coisa promete não mudar. Pressionado pelo partido para que a direção mude de mãos, Dú Marani busca com diretores do partido a manter a chave do poder em mãos. Atual secretário de governo de Jussara, Dú Marani sofre na pele os efeitos da eleição de 2010. Ele e Ennio Mendes, ambos do PMDB. Ennio apoiou diretamente Anastasia e Dú Marani, indiretamente, o candidato do PSDB e da líder, Jussara Menicucci. Quando da passeata do candidato Hélio Costa, Dú Marani “preferiu” seguir a carreata de moto e capacete, ao invés de subir na camionete que levava o então candidato do PMDB, Hélio costa. A direção da sigla ficou sabendo e não gostou nada nada do que aconteceu e prometeu ações para “mudar o quadro”.

Agora, sob e eminencia de perder o partido, Dú Marani se apressa para “anunciar” o movimento de pré candidatura mesmo sabendo que não aparece nas pesquisas de intenção, e se lança como um provável candidato, faltando 3 dias para decisão do partido em destroná-lo do partido ou não. Dú sabe que sem o PMDB, dificilmente achará um meio para negociar a permanência no quadro político da cidade e dos figurões que hoje habitam os bastidores do poder.

O que acho estranho nisso tudo é que a forma prematura de se lançar coincide com a votação da cúpula do partido pela destituição ou não da diretoria. A atual direção do partido em Lavras sabe que o namoro político dos Cherens, sendo um deles vereador e o outro deputado, com a sigla poderá gerar um candidato majoritário com mandato e condições econômicas para enfrentar a disputa que será durissima no ano que vem. O passado do PMDB em Lavras coloca em xeque a recente posição do hoje secretário de Jussara Menicucci, que em tese deveria receber o apoio da prefeita e não recebeu ou receberá. A candidata da Jussara, extraoficialmente, é Gislaine Rosa. O secretário Dú Marani e Cassimiro, vice-prefeito, sabem disso. Mas oque está em jogo agora é o tempo do partido na TV e um abraço de fundo no futuro da cena política da cidade. O partido, salvo um enorme engano, deverá manter o roteiro e contracenar mesmo quase ao fundo da cena da eleição de 2012.

Quem antes evitava a todo custo ser o protagonista, agora, estranhamente, diz que quer ser o mocinho da novela. Como a novela pede atores de ponta, o partido PMDB, pela história politica na cidade, poderá em julho de 2012 confirmar a sua presença, mais uma vez, entre os figurantes da novela, com aparições de segundo plano e praticamente sem fala em suas cenas. Até hoje o  papel assumido foi vantajoso para todos! Será que o PMDBse arriscaria a perder "tudo"? O tempo dirá se estou ou não com a razão.