Divulgada hoje pela Tribuna de Lavras, a pesquisa assinada
pelo Instituto Ver mexeu com os ânimos de eleitores e principalmente da classe
politica da cidade. Os números apresentados, , desculpem pelo trocadilho pobre,
ao meu ver, mostram algumas surpresas e outras nem tanto quanto ao quadro
eleitoral.
Afeito a pesquisas eleitorais (estou em uma maratona pelo
sul de Minas com mais de 30 cidades a serem pesquisadas – uma propagandazinha não faz mal a ninguém!!)
analisei os dados e, creio eu, fazem jus ao quadro atual em Lavras.
Sob meu ponto de vista, surpresas e convicções fizeram parte
dos dados apresentados e, sob minha ótica (que não quer dizer a verdade
absoluta de nada) vou tecer alguns comentários sobre eles. O texto será apresentado
em duas partes para não ficar grande demais:
MARCOS CHEREM
Avalizado pelo trabalho feito na bancada quase solitária da
oposição na câmara e de forma quase profissional, arregimenta admiração até
mesmo pela oposição e críticas ferrenhas de quem está do outro lado, ou seja, quem tem benefícios diretos e indiretos
por parte da prefeita Jussara Menicucci.
Com uma habilidade cirúrgica, destrincha casos entranhados
sob tecidos, em tese, superprotegidos e vulneráveis da atual administração. O
vereador com isso arregimenta eleitores descontentes a muitos que se sentiram
enganados pela prefeita por inúmeros casos denunciados e que ganharam até a mídia
nacional e hoje estão sub-judice, com o viés popular negativo pró prefeita.
Com o aumento da rejeição da atuação pessoal de Jussara Menicucci,
o vereador Marcos Cherem e seu trabalho considerado pelo público, favorável e
contrário, como sério e bem feito, ganhou a confiança do eleitor e arregimenta
hoje, partindo das classes profissionais, formadores de opinião e uma parte considerável
da periferia, uma aceitação até bem pouco tempo atrás considerada somente imaginável,
mas diante dos números apresentados, chega hoje, segundo o Instituto contrato,
aos 49% de intenção de voto pelo eleitor.
Apostando numa chapa puro sangue e sem adesões de políticos “de
carreira”, o médico e vereador, sob a benção do irmão deputado, sutura tecidos
nunca antes imaginado na politica local e aposta numa candidatura limpa, sem
nomes com desgastes políticos e com fácil tramitação. Riscos podem conter
na cirurgia política experimental. Mas
riscos fazem parte da profissão e do cargo a que ele almeja.
Há que se ter uma dose considerável de analgésico, paciência
e medir, com o andar da operação politica, dos riscos que dela possam advir.
Com o bisturi nas mãos e com números até então positivos, o médico vereador, no
próximo dia 30, começará sua inédita operação política-experimental com chances
de sucesso. Na mesa, o paciente é o eleitor. Tudo dependerá da habilidade do
cirurgião e de suas convicções.
DEHON TRATORES
Oriundo de uma articulação política realizada a 4 mãos, o
empresário da construção pesada chega à primeira pesquisa com um número até
então considerável na intenção de votos, 13%, levando-se em consideração a forma
prematura de sua pré-candidatura e considerado pelos “originais” do PT em
Lavras como “estranho no ninho” petista.
Dehon, que ganhou apoio público da prefeita para se lançar
candidato, contando ela com o fracionamento do eleitorado de Marcos Cherem para
com isso ampliar o leque de possibilidades de transferência de votos e
crescimento para Silas Pereira dentro do seu próprio ninho para com isso
cumprir o “Acordo Tiradentes” proposto ao filho de Silas no afã de manter-se
viva perante o governador e a possibilidades futuras junto a Anastasia, não descartando
uma futura candidatura a Assembleia de Minas, sente que pode sim ser candidato
com alguma chance e, diante dos números, ganhará um folego amais para então se
decidar como candidato ou não.
Nos bastidores haveriam
conversas de composição mas agora, diante dos números que foram publicados,
poderão recolocar Dehon na cabeceira da mesa com um copo d’água na mão e mais
vontade de participar da eleição na condição de não ser apenas um coadjuvante.
CAP, em tese, seu mentor político após a puxada de tapete
partidária de 2010 sofrida por Dehon para o próprio empresário-midas, analisa
os próximos passos a serem dados pelo empresário e que, a reboque e sem mostrar
o rosto, hoje movimenta a sigla do PT através da escolha do empresário
removedor de terras, que removeu um candidato pré-lançado pelo partido vermelho
mas que sucumbiu aos afagos do empresário e antes inimigo da classe trabalhista,
e desaterra quem tenta se aliar a base de resistência da máquina que opera no
terreno partidário e que, através de contratos, traz consigo aqueles que
tomaram o terreno (partido).
Dehon Tratores causa uma certa surpresa positiva mas seu
rumo, ainda não totalmente definido, passará, quase obrigatoriamente, por uma ordem
de serviço a ser emitida pelo QG da Venerando Pereira e, segundo fontes
internas, será quem “assinará” o contrato a ser cumprido pelo empresário
candidato. Já o partido dos trabalhadores deverá ficar com a responsabilidade
de manter o canteiro de obras e seus empregados empenhados em fortalecer as
estacas do partido e, como se diz na linguagem da construção, “tocar a obra”,
por mais estranho que seja “o projeto”.
Continua....