A CENA, TEATRO & ATORES.

O dia de ontem, politicamente enfadonho no histórico de política de Lavras, marcou por seu ineditismo negativo e por demonstrações externadas que beiram a um quase “chavismo”.

Com uma diplomação construída às pressas, sem ou quase sem nenhuma formalidade, a Justiça Eleitoral condecorou Silas Costa Pereira com um diploma, hoje figurativo, que de posse do papel conseguiu, após ter a Câmara tomado ciência da decisão do Exmo. Juiz Dr. Rodrigo Melo, determinando que a casa legislativa levasse a efeito a posse do então candidato derrotado nas urnas, que fosse então empossado o candidato derrotado no voto.

Mesmo com um regimento interno que deixa claro as competências do Presidente e do vice, Chapisco, orientado por dois advogados que pertenciam ao quadro de ex-funcionários da ex prefeita Jussara, argumentou uma “omissão” do regimento interno que ele mesmo ajudou a elaborar e marcou, também de forma expressa, a posse para Silas. Chapisco, que é bacharel em direito e conhece muito bem as leis e suas termologias, estranhamente procurou se orientar por advogados que são ligados ao grupo da ex-prefeita, a qual o vereador sempre apoiou no campo político nos últimos 8 anos. 

Estranhamente o advogado da Câmara, devidamente nomeado pelo Presidente, não foi  procurado por Chapisco e nem tão pouco impediu que colegas do direito tomassem a “direção jurídica” da sessão bizarro-histórica da Casa Legislativa. Sem poder alegar ignorância sobre o texto regimental da Casa, Chapisco, num linguajar ilustrativo, “rasgou” o regimento interno, ignorou o comunicado do Presidente e, deliberadamente, deu posse a Silas. Além do “golpe na jurisdição do legislativo”, por um ato político e, como disse o próprio presidente Marcos Possato, “irresponsável e inconsequente”, Lavras foi lançada Lavras mais uma vez de forma negativa na mídia. Ruim para os envolvidos. Pior ainda para a cidade.

Lavras “ganhou” um risco negativo no seu histórico político e seus personagens foram todos afetados. O vice-presidente da Câmara expos uma situação que, caso fosse tomada a medida proposta por Possato, expos o homem e pai de família, Silas Costa Pereira, o qual no campo familiar e humano merece o todo respeito devido, foi exposto ao ridículo. Caso a sessão de posse fosse marcada para a última sexta ao meio. Se fosse feito como proposto por Possato, Silas e sua família seriam poupados da situação constrangedora e o próprio Chapisco teria se poupado politicamente. 

Com a ânsia e o poder ora invocado para dar posse, o vereador vice presidente, imaginando que o status cuo seria o que, em tese, fora a ele proposto, derrubou algumas máscaras utilizadas para abrir a porta do gabinete do prefeito e com isso conseguir alguma aproximação. 

Guardada as devidas proporções, quero crer que o próprio Chapisco, ,bem como Silas, foram envolvidos numa trama feita por ex-assessores da ex-prefeita e, no caso do vice presidente, fiel a seu verdadeiro grupo, foi levado até o ápice do bizarro-jurídico em busca da efetivação da vontade de um grupo.  

De surpresa, sobraram atores na cena real do campo político e máscaras, utilizadas para o teatro político, ao chão. Silas perdeu? A meu ver, muito. Chapisco perdeu? Idem. Lavras perdeu? Foi a que mais perdeu. E o pior, perderá muito mais caso seus reais interesses sejam tratados de forma umbilical, sem respeito aos poderes e leis. 

Podem estar perguntando: “Uai, você não perguntou se o prefeito perdeu. Porque?”. Resposta: o prefeito não perdeu nada porque até agora, devido a disputa do tapetão, governa com um mundaréu de gente tentando arrombar a sua porta provisória dados pelos quase 24 mil eleitores, não ganhou nada. Não ganhou nem tranquilidade para fazer o que se deve fazer de melhor para uma cidade, ou seja, administrar. Lavras poderia mais se as urnas, disputadas de forma igualitária em relação a suas armas (todos sabem o que eu estou dizendo) fossem respeitadas. 

Aos responsáveis por toda a confusão, fica a incumbência de juntar os cacos e arcar o ônus de tudo.

Lavras merece mais do que isso.