Vereador tem aproximadamente meio milhão de reais em patrimônio.
A eleição em Lavras, além de movimentar o meio político da cidade, serve para elucidar comportamentos políticos, candidatos e porque não dizer, descobrir quem é quem na política. Entres os candidatos que irão disputar a eleições, Carlos Alberto e Fábio Cherem são considerados empresários bem sucedidos e que tem um patrimônio pessoal e empresarial que condiz com o seu padrão econômico. Os candidatos professor Tarcísio e Chacrinha são funcionários públicos, professores universitários e tem também um padrão de vida, classe média alta, reconhecido como fruto do seu trabalho por anos e anos junto a Ufla, o que justifica a posição social de cada um. Paulo Roberto Menicucci também tem um histórico de vida pública e, mesmo tendo sido relacionado a denúncias do mensalão, possui uma agitada carreira político-administrativa junto ao governo Fernando Henrique e Aécio Neves, entre outros, e cargos de confiança no governo do Estado, o que justifica seu patrimônio declarado ao Tribunal Regional Eleitoral. Já em relação a Anderson Garçom, a situação muda de figura.
O vereador / candidato não se cansa de falar que é pobre, que veio de uma infância sem recursos e que tem uma vida modesta devido a suas dificuldades e vive uma vida simples, o que o faz não abrir mão de seu trabalho como garçom. Mas a declaração de bens do vereador, prestada a Justiça eleitoral, dá sinais contrários ao discurso e causa inveja à esmagadora maioria dos trabalhadores de restaurantes país afora. Até mesmo os cursos oferecidos pelo edil não poderão ser usados para justificar já que Anderson exalta sempre que ministra tais cursos "completamente gratuitos". Seria então vereador um trabalhador humilde que teria conseguido ser eleito por representar aos mais necessitados? A análise dos dados apresentados gera dúvidas quanto a origem de seus bens e os valores apresentados à justiça podem estar muito abaixo do valor de mercado.
Para se ter uma idéia, em 2008, quando foi novamente candidato a vereador, Anderson declarou ao TRE-MG que possuía bens que estariam avaliados, segundo ele, em R$ 199.500 reais. Boa parte dos bens com indícios de sub-avaliação de até 70% do valor real. Já em 2010, o vereador Garçom apresentou quase a mesma declaração, agora com o acréscimo de “um terreno” em Ijaci. O tal "terreno" está situado em um conjunto a beira do lago, que segundo Andersom, custaria hoje aproximadamente R$ 50 mil. Corretores apontam que o terreno estaria valendo quase o triplo do valor declarado. Além disso, existe na declaração de bens do vereador e candidato a deputado estadual, um apartamento em um prédio situado num dos bairros mais valorizados da cidade - Centenário - que segundo ele estaria avaliado em R$ 30 mil. Um lote, não tão bem localizado como o da area do prédio onde ele tem um apartamento, custa hoje aproximadamente R$ 90 mil. O apartamento, segundo uma imobiliária que teria ainda um dos apartamentos para ser negociado no mesmo prédio, o valor mínimo para que haja a negociação é de R$ 180 mil. Além disso, Anderson declarou que possui um sítio na zona rural que valeria R$ 15 mil. A avaliação foi muito modesta por parte do vereador. Um sitio, próximo ao do edil, estaria custando hoje, aproximadamente, R$ 50 mil. No sitio do vereador existe uma plantação de eucaliptos com aproximadamente 1.000 árvores. No mercado de madeiras a plantação poderá render em dois ou três anos aproximadamente R$ 800 mil reais ao “pobre vereador”. As mudas da tal plantação teriam sido conseguidas junto a prefeitura. Além disso, Anderson tem relacionado em seu patrimônio duas casas no bairro Campestre II, que, segundo ele valem, em média, cada uma, aproximadamente R$ 25 mil. Um lote no bairro vale quase o mesmo preço da casa pronta que o vereador declarou possuir. Além disso, um carro zero km, Fiat Uno, foi adquirido e estaria em nome da esposa.
Um dado que chamou muito a atenção. O vereador declarou a Justiça eleitoral que poderá gastar em sua campanha R$ 1 milhão de reais. Isso mesmo, Anderson previu que para deputado poderá desembolsar R$ 1 milhão para buscar os seus votos. Se levarmos em consideração que ele teria sido vereador de 2001 a 2004, e teria recebido todos os salários sem gastar um só tostão, teria "poupado" aproximadamente R$ 230 mil, o que não daria para comprar nem a metade dos bens declarados a justiça eleitoral.
Suspeita de bens subfaturados, patrimônio aparentemente incompatível com a renda, discurso quase mendicante e uma postura política baseada em apelo social altamente desfavorável. Cabe ao vereador explicar os sub-valores do patrimônio e sua origem. Vale lembrar que ser rico não é crime. Basta a “riqueza” ter origem e ser declarado a receita federal.
Caso o vereador / assessoria queria se manisfestar, o espaço está à disposição.
* O trabalho de confirmação foi feito pelo "jornalistazinho" e é de caráter público,. As infirmações "oficiais" estão disponiveis no site do TRE-MG.