CLIMA
POLÍTICO
Desde o anúncio da cassação
do prefeito Marcos Cherem pelo Juiz Rodrigo Mello, com base em denúncias feitas
pela coligação derrotada de Silas Costa Pereira, o clima de ansiedade e dúvida é
disseminado por partidários da ex prefeita e paira sobre a cidade.
Setores essenciais e a
própria prefeitura vivem um clima de instabilidade devido ao “terrorismo
especulatório” que vem sendo alardeado por aqueles que almejam uma vaga futura,
como já ocorreu no passado recente, onde muitos obtiveram guarida sob a folha da
ex-prefeita.
Diante do espelho político
embaçado pela fumaça do não reconhecimento das urnas, o cidadão que acompanhou
de perto e conhece a história da cidade, vê com olhos de incredulidade o
desenho no quadro político.
A
CASSAÇÃO
A cassação, baseada em
conjecturas que, ao meu ver, quase que fantasiosas, feitas pela coligação do
candidato da prefeita trouxe um clima de incerteza e apreensão por parte do
eleitorado e do meio político.
Nos bastidores, mesmo de forma
velada, a investidura contra o resultado das urnas é considerada como uma
apelação ao tapetão para com isso não reconhecer a vontade do povo, neste caso,
em tese, explicitada nas urnas.
Além disso, vale lembrar
que, nunca antes na história deste país, conforme pesquisa no Google pela expressão:
“jornalista tem direitos políticos cassados”, nunca houve uma decisão como a
que fora prolatada contra mim e contra o diretor do Jornal Tribuna de Lavras,
José Eduardo Gomide, onde em 1ª instancia e já em fase de recurso, tivemos
nossos direitos políticos cassados, sem nunca ter sido contestado por qualquer
matéria ou artigo publicado por quem quer que seja.
Ressalto ainda que, a
revista carta Capital, responsável pela divulgação do artigo e de documentos
que ligam Silas ao escândalo do “mensalão mineiro” (nunca houve menção ao
escândalo do mensalão do PT e ao candidato Silas, a não ser o nome do mesmo
operador do esquema, Marcos Valério) sequer foi arrolada no processo ou foi
recolhida por divulgar a matéria que envolveu até mesmo um Ministro do Supremo
Tribunal Federal. O Ministro é Gilmar Mendes, o qual descobriu que um certo advogado
lavrense poderia ter atuado em seu, digamos, “escritório” em Brasília.
A
SUSPEIÇÃO
Diante da cassação de Marcos
Cherem em primeira instância, por acreditar o então prefeito que reiteradas
decisões contrárias já vinham sendo emanadas, foi ajuizada uma ação de
suspeição contra o juiz, para com isso dar conhecimento ao Tribunal do que
considerava “estranhas” as decisões contrárias proferidas em seu desfavor.
O Tribunal, como já esperado
em relação a pedidos da mesma origem devido a dificuldade objetiva e subjetiva
de se provar tal animus neste sentido, não deu provimento ao pedido. Agora,
desimpedido, restam duas ações para que o Juiz eleitoral possa ainda julgar.
AS
AÇÕES
Uma delas, além de
argumentações partidárias da coligação de Silas, chama a atenção pelo seu
objeto. O presidente da Câmara, Marcos Possato, segundo comentários de
correligionários da prefeita Jussara e Silas na rede social, fartamente
disseminadas no próprio Facebook há dias, já teria
contra si uma sentença pronta de cassação devido a compartilhamentos feitos na época
de campanha política na rede social, feitos por suas irmãs, o que levou a
coligação de Silas a acreditar que tais compartilhamentos prejudicaram o seu candidato.
Estranho.
Daí pergunto: E as que foram
feitas contra os outros candidatos por partidários de Silas também na rede
social? Teriam prejudicado os demais candidatos? Na rede social, na época da
campanha, haviam centenas delas espalhadas por perfis reais e falsos, mas não
foram objeto de provas contra o candidato ou por quem quer que seja.
A outra ação a ser julgada
tem como base a prestação de contas de Marcos Cherem que foi aprovada sem
ressalvas. Segundo a denúncia da coligação de Silas, o número de contratos
feitos alterou o resultado das urnas.Segundo dados obtidos, entre
prestadores de serviços, equipe de rua, de pesquisa interna, colaboradores e
equipe de mobilização, foram aproximadamente 600 contratações ao longo de toda
campanha e declaradas à justiça eleitoral.
Já a coligação de Silas, em
sua prestação de contas, declarou que gastou a mais do que Marcos Cherem aproximadamente
R$ 100 mil, e, estranhamente, ao todo, apenas 6 pessoas teriam sido contratadas
para trabalharem na referida campanha.
Quem se lembra do período
eleitoral e da movimentação nas principais ruas da cidade com carros de som,
meninas com bandeiras e trabalho de porta em porta, no mínimo, vai coçar a cabeça
ao imaginar como aquilo tudo aconteceu com tão poucas pessoas trabalhando.
Seriam abnegados? Desprovidos de interesse, trabalhando pela “causa”.
Sem afirmar
nada, tenho lá minhas desconfianças em relação aos números.
RODA
A ROLETA
Com o cenário político-jurídico incerto e levando em
consideração a linha de pensamento adotada pelo Juiz em seu livre convencimento
para julgar as ações assim como a última que decidiu, segundo dados recebidos e
tidos como confiáveis, é previsível que novas cassações ocorram nos próximos dias.
Mas nos bastidores agora cresce ainda mais outra vontade do grupo de Jussara: “Ele
(Marcos) não pode renunciar!”.
Um passarinho em fase de troca de penas amarelas por verdes
azul e branca me disse que as especulações em torno da renúncia poderia ser
apenas uma tática para que o prefeito viesse a público assumir que não
renunciaria. Como isso não aconteceu, o grupo que quer voltar ao poder já sabe
que se houver uma renúncia a lei eleitoral, smj,
prevê que uma nova eleição terá que ser realizada.
Caso isso aconteça, Jussara, agora abraçada com CAP,
estaria fora do jogo e com uma carga de R$ 50 milhões de dívidas deixadas na
PML, e ambos, Jussara & CAP, neste momento, jurídicamente fora do páreo eleitoral .
Neste cenário, poucos agentes poderiam estar habilitados
para uma nova “campanha expressa”, e a
coisa poderia degringolar, se é que me entendem.
Portanto, os próximos dias serão de apreensão, decisões e
novos apontamentos em caso de novas estratégias a serem adotadas no jogo.
Quem joga a próxima carta na mesa política? Quem faz o próximo movimento no tabuleiro “enxadrinhado”
da política? O jogo político obrigará os jogadores a mostrarem as cartas,
players e estratégias. Os próximos dias mostrarão.