quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A "FLUMINENTIZAÇÃO" DA POLÍTICA

 


Marcos Cherem perde no TRE mas mantém 
cadeira até o final do processo.


O prefeito Marcos Cherem e seu vice Aristides Silva Filho foram cassados em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral em Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira, dia 30. Cinco desembargadores votaram, e quatro deles foram favoráveis a cassação.

O resultado produzirá efeito após a publicação da decisão. Os advogados de Marcos Cherem e Tide já manifestaram que apresentarão recurso ainda no TRE, o chamado "Embargos Declaratórios". 

A decisão deste recurso deve sair em duas semanas. Portanto, Marcos Cherem e Tide permanecem normalmente no governo durante este período.

Após a publicação do resultado do embargo, ainda cabe recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

Para os advogados de Marcos Cherem e Tide, o TRE se contradiz, já que votou contrário a cassação nos três processos separadamente e, agora que os três foram reunidos em um, o tribunal votou favorável.

Fonte: Jornal de Lavras

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

PASSADO X FUTURO



Peço  a todos vênias (desculpas) pelas férias prolongadas, mas necessárias.



 O nosso momento que não 
nos permite a escolha do caminho.

              Quem assiste, mesmo que de longe, os capítulos de uma quase novela política, onde a manutenção do poder é o principal foco de um antigo grupo político, pode não ter a exata dimensão dos interesses que lastreiam a vontade de que volte tudo a ser como era antes. 
Dinheiro, poder, benesses, dependências são os fatores que movem uma maquina estatal, gigantesca, para manter aliados, favores e dependentes econômicos de um sistema onde o vício ataca pelo bolso e a droga a ser consumida é o poder, lastreado pelo codinome “democrático”. 
          O imbróglio da novela, bem ao estilo de Odorico Paraguaçu, que bem poderia ser chamada de “Os motes cassassórios” nasceu nos idos do começo do mandato da ex-prefeita, há exatos 4 meses do inicio, ainda em 2005, onde, após ataques efusivos contra a estatização às avessas do sistema de esgoto de Lavras, feita pelo ex prefeito Carlos Alberto e que fora duramente criticado por Jussara, foi, estranhamente, ratificado e aditado. A prefeita concordou em elevar ainda mais a dívida do município, além dos 33 milhões de reais previstos para serem gastos integralmente pela Copasa, e, com uma canetada amiga, a ex-prefeita endividou o povo de Lavras em mais R$ 19 milhões de reais não previstos no contrato inicial. Provavelmente foi onde tudo começou. É o marco de onde pode ter começado um dos maiores achaques aos cofres municipais. 
            Assinado o termo aditivo, uma empresa foi contratada pela Copasa, chamada Conserva, e que, segundo uma pessoa próxima ao poder em BH, teria ligações fortes com um certo ocupante do Palácio Tiradentes, sede do governo de Minas, e que pertenceria a um membro do alto escalão do PSDB mineiro. Com o aditivo e a contratação da empresa, muitos acreditam que a aliança foi então colocada e que o namoro,  além das bênçãos familiares, teria engatado de vez, com direito a respingos de gotas d’agua com rótulos estatais. Um casamento com grandes interesses, mesmo que não fosse o meu, o seu ou de qualquer cidadão lavrense. 
Com a surpreendente eleição de Fábio Cherem e sua posição laica em relação tanto aos interesses do governo como da oposição feita pelo PT, Lavras sofre desde então com um jogo de queda de braços com facções dos governos aqui e acolá. 
             Após a eleição de Marcos Cherem e a consequente queda de um império político, regado a escândalos de desvios, acusações e processos por  improbidade administrativa, de uma hora pra outra interesses, até então alinhavados verticalmente no sentido céu-terra e vice versa, foram dizimados.
               Apesar do esforço conjunto das máquinas municipal e estadual, ao tentar fazer de um ilustre desconhecido o sucessor e herdeiro do grupo reinante a décadas, viu-se que o esforço foi em vão.
            “Negócios ética e moralmente não recomendados”, de todas as espécies, perderam terreno, lastros e améns. Contratos foram refeitos, rombos descobertos, e o pior: os cofres, antes “charfundados” deixaram de alimentar desmandos, conluios, favores e esquemas que fomentavam bolsos e que ainda atendiam com “algum” para todo mundo do grupo. Uma padaria, uma farmácia, um posto de gasolina, uma loja na área central, entre outras, que anteriormente eram fartamente alimentadas pelos cofres municipais, sucumbiram devido ao corte do fluxo de recursos antes jugularmente irrigados. 
O novo grupo, sem tempo hábil para mostrar ao que veio, recebeu um bombardeio constante, com uma base governista volátil na câmara, engessada por um rombo milionário no caixa e com uma máquina pública destruída, começou a trabalhar e mostrar resultados então então inesperados.Salários atrasados foram quitados, precatórios atualizados, o rombo Marco XX saneado, contribuições previdenciárias foram colocadas em dia, uma visceral reestruturação administrativa foi feita, uma gestão com economia na limpeza urbana, redução das tarifas de transporte coletivo mesmo com o incremento da passagem integrada surtiram efeito. Tudo isso em pouco mais de um ano. Falhas ocorrem? Claro que sim, mas infinitamente menores e menos  assombrosas do que aquelas do passado, isso não há como negar.
            Os então descontentes começaram a se organizar e atuar coordenamente em três facções: o grupo político local sem respaldo popular, o grupo politico estadual de olho no reduto com vistas sucessão do estado e grandes grupos econômicos contrariados e no vermelho.
             No cenário local, onde nos assustamos com o andamento de ações movidas à toque de caixa, sem lastros probatórios concretos, baseadas em teses criadas pelo grupo rival e que são plenamente acatados em primeira instância, no meu entendimento, ignoram a constituição em diversos pontos e colocaram a vontade do povo em risco. Lastros políticos legítimos foram criminalizados, a liberdade de expressão foi “abolida”, informações foram censuradas e mesmo assim a vontade de renovação do povo lavrense prevaleceu.
             Existem pontos a serem ainda atacados? Claro que sim e são naturais pois não há que se buscar a perfeição tendo em vista a complexidade de uma cidade e seus setores. Mas é quase solar que houveram avanços morais, éticos e porque não dizer,políticos.
             A política do amigo do amigo, perigosa para o agente público, foi deixada de lado e o direito do outro passou a ser tratado com a mesma importância em relação ao direito do amigo do prefeito, do amigo do vereador... do agente público. Tenta-se fazer uma justiça administrativa sem politicagem, e isso incomoda. 
                 Agora, no campo jurídico, a novela ganha a cada dia mais capítulos e personagens. Assessores do segundo escalão profissional, mas que ocupam o “andar de cima” em uma relação pessoal,  antes intimamente ligados ao governador, permeiam bastidores com recibo, de favores feitos e antes prestados, no bolso para coloca-los na mesa e com pedidos em retribuição.
                Não aceitam falar em legitimidade da urnas. O que tem que prevalecer é o caminho quase que espúrio da politicagem e a manutenção de um poder conseguido a base de um trabalho político legitimo, mas que pelos sucessores, gradativamente foi se tornando em coronelismo sórdido com projetos de perpetuação que foram interrompidos nas eleições em 2012.
                O judiciário se vê movimentado por arrepios de conluios feridos e o braço forte do Estado usado como batuta para reger uma engendrada orquestração contra a democracia fundada de um povo através da legitimidade das urnas.
              Em perigo os reais interesses de uma cidade, de sua expansão, de sua vontade, sem dar a chance de mostras de um trabalho por outrem, como no caso em tela. Noutra ponta, o status quo político e os interesses que alimentavam reis, rainhas & vassalos. 
                Muitos lavrenses se preocupam ao sentir a verdade do que aqui se disse e percebem na pele os efeitos de uma corrente que quer que prevaleça a inércia e o retrocesso em relação a tudo que já se evoluiu.
                Afastados do poder pelo voto, agora se movem furtivamente por trás de cada um de nós. O campo jurídico é o campo de disputa pelos interesses “quase quadrilheiros” de alguns que se movem para retomar o poder a qualquer custo.
               O seu bolso, o poder do seu voto; o nosso dinheiro, sãos as presas almejadas que alimentarão a manutenção de quem sempre só soube sobreviver e prosperar  na periferia do mando político.
                Espero que prevaleça um futuro melhor, e que a vontade de um povo culto e trabalhador como o do povo de Lavras seja então respeitado, e que nos próximos meses o passado possa ficar, definitivamente, em seu devido lugar.